12 de abril de 2018


Não muito longe da aldeia de Chatillon, no sul da Bélgica, no meio da floresta está situado um cemitério de carros antigos impressionante. Sua história começa nos tempos da Segunda Guerra Mundial. Antigamente, em torno desse lugar, haviam quatro grandes depósitos. Nesses quatro armazéns haviam no total mais de 500 carros.



Hoje, há apenas um cemitério de carros antigos. Tudo começou com o fato de que quando a guerra chegou ao fim, todos os soldados americanos deixaram a base militar. Ainda é um mistério como se tornaram proprietários de um número tão grande de veículos. Como o transporte desses veículos pelo o oceano era muito caro, os carros foram simplesmente abandonados.

Ao longo do tempo, os modelos que não foram completamente cobertos pela ferrugem, acabaram ficando para os moradores locais e colecionadores. E o que restou, você pode conferir nas fotos a seguir.


Ainda falando de máquinas antigas...

Vou dar duas dicas pra vocês que curtem essa temática. A primeira é a minissérie "Harley and Davidsons" produzida pelo Discovery Channel e que estreou por aqui em 2016. 

É uma obra de ficção que narra a trajetória dos irmãos Arthur e Walter Davidson e do amigo Bill Harley, que no início do Século XX, passando pela grande depressão americana, investiram tudo o que tinham para construir uma moto que fosse melhor e mais rápida que todas as outras que existiam no mercado.


Quem é apaixonado por essas motos, não pode deixar de assistir! A minissérie tem 6 episódios eu assisti todas de uma vez, grudada no sofá. Além da história em si, é uma aula de empreendedorismo.
Sério, não deixe de assistir. Tem um trailer aqui:



A outra dica é um filme da década de 80, baseado num livro de Stephen King, "Cristine" de 1983, o filme foi dirigido por John Carpenter (diretor de clássicos do cinema como Halloween e Os Aventureiros do Bairro Proibido) e conta a história de um carro, um Plymouth Fury vermelho 1958, que tem vida própria e é um assassino! Sim!

A trilha sonora do filme é um caso de amor à parte. E ao meu ver não deixa de ser uma sátira a esse amor louco que algumas pessoas sentem por carros. Como eu, a única diferença é que eu não tenho um carro. HAHAHAHAHAHA!


Sim, sou mulher e gosto de carros e motos mas claro, tem que ser antigos. Como não é fácil ter um carro ou moto clássica leia-se ter dinheiro eu assisto filme, vou a feiras de carros antigos e decoro vários cantos da minha casa com o tema, veja exemplo aqui.

Eu sempre falo que se um dia eu entrar pra um moto clube, vou ter minha própria Harley, eu não vou ser garupa de ninguém #FeminismFeelings

A propósito, dá pra alugar Christine no Youtube, clica aqui.
A minissérie Harley and Davidsons eu consegui na clandestinidade 😎 (não tente fazer isso em casa).

Girl power!

9 de abril de 2018

Não há dúvidas que antigamente as pessoas se vestiam com mais elegância. Sim, uma pessoa elegante se destaca na multidão. Separei algumas imagens para exemplificar melhor o conceito de pessoas elegantes...


Frank Sinatra saindo de um helicóptero com um copo de Uísque.

Um homem de terno patinando no gelo (1937)

lint Eastwood com as atrizes Olive Sturgess e Dani Crayne em um dia de verão, São Francisco (1954)
Um vendedor com seu patins motorizado reabastecendo em um posto de gasolina (1961)
Um casal na Avenida Michigan de Chicago (1975)
Crianças de Chicago (1941)
Um homem de terno pixando uma parede
Antigamente os decotes eram deslumbrantes e muito elegantes. Década de 50
Entendeu, meu bem?

5 de abril de 2018

Já dizia Raul Seixas:

O diabo é o pai do rock!
Então é very god rock!

E porque o diabo, cramulhão, o capeta, o coisa ruim é associado com esse estilo musical?
Bom, o rock tem a ver com rebeldia, contestação e quando surgiu como um movimento cultural e comportamental resultado de conflitos de gerações, o meio cultural e social em que ele emergiu era predominantemente judaico-cristão e a figura simbólica e representativa da rebeldia nesse ambiente religioso é o diabo, essa criatura que desafiou a ordem e o seu criador. A associação então, tornou-se óbvia.

Dave Grohl como Satanás no filme Tenacious D in The Pick of Destiny, 2006
O rock tem origem no blues, estilo musical surgido entre os negros americanos desprezados pela maioria branca por sua cultura africana (incluindo aí suas religiões como candomblé, vodu, etc sempre associadas à satã). Era comum na época músicos negros terem seus nomes envolvidos em lendas e histórias com o capiroto, como o cantor, guitarrista e compositor Robert Leroy Johnson que diziam ter feito um pacto com o diabo: em troca de ser o maior músico de blues de todos os tempos, Johnson teria oferecido sua alma à satanás. À meia-noite em uma encruzilhada o capeta em pessoa pareceu para afinar sua guitarra. Algumas de suas músicas reforçam a lenda, como "Me And The Devil Blues", regravada por Eric Clapton em 2004 veja um trecho:

Early this mornin', ooh
when you knocked upon my door
And I said, "Hello, Satan,"
I believe it's time to go."

A lenda de Robert Leroy Johnson inspirou um filme, Crossroads (A Encruzilhada em português) de 1987, com o ator Ralph Macchio (o aprendiz do Sr Miyagi em Karatê Kid) e ninguém menos que Steve Vai interpretando Jack Butler, a trilha do filme fica por conta de Ry Cooder.

Pacto com o diabo para ser o maior músico de blues 

"Uma boa história faz tanto sucesso quanto uma boa música."

É baseado nessa premissa que muitos astros de rock fazem sucesso, seja pra chocar seu público ou como estratégia de marketing. Além de uma boa história é muito importante o visual, apresentar-se com indumentária para impactar os espectadores faz parte da rebeldia do rock'n'roll e se esse "look" tiver elementos que remetam a inspirações diabólicas, melhor ainda, veja Alice Cooper, o grupo Kiss, Misfits, Marilyn Manson entre outros.

Detalhe de um mural de mais de 5m dentro da estação de metrô Auditório, na cidade do México. Saiba mais aqui.

Eu curto demais o visual mas as vezes quando a make dá errado e eu fico parecendo o Gene Simmons (Kiss) ou quando esqueço de tirar a maquiagem e acordo a cara do Alice Cooper, não é intencional, não! Pra sair no visual eu gosto de usar camiseta de banda! Quem não curte, né? Levar no peito sua banda favorita é bom demais!

Minha sugestão (aprovadíssimas) são as camisetas da Rock Club Baby (entre R$89 e R$99)* e da Vudu! (R$65 a R$69)*.

Hell Yeah, baby! 🤘

O rock morreu?

2 de abril de 2018


"Nós somos mulheres fortes e independentes de vários tamanhos, formas e desenhos"

Esse é um trecho da descrição no site oficial sobre quem são as mulheres que representam a PMM mas afinal, o que é ser parte da PinkMinkMafia? Como surgiu? Pra que serve?

Brasileiras da PMM – Pink Mink Mafia

Essas perguntas serão respondidas a seguir mas antes vamos te contar um pouquinho da história.
A PMM foi fundada em 2006 em Los Angeles dentro da comunidade latina da Califórnia. Por nascer dentro da subcultura chola, dela tirou inspiração e criou o estilo RockAChola.
Mas o que é o estilo de vida chola? — você pergunta. Bom, antes vamos falar de um estilo que veio antes desse, o estilo pachuco.

Foi durante a década de 40 (Segunda Guerra) que os pachucos e pachucas surgiam nas ruas de Los Angeles numa época em que os EUA promoviam o patriotismo entre as classes brancas dominantes e claro, os americanos descendentes de mexicanos (e negros) não se encaixavam nesses padrões. A tensão racial era enorme com qualquer um que fosse diferente desse padrão.

Como forma de contestação e rejeição as idéias impostas nesse período, surgiram os pachucos, com chapéu estilo gangster com uma grande pena na lateral, sapatos bicolores e com seus zoot suit (que é aquela roupa amarela que o Maskára, personagem de Jim Carey usa no filme, lembra?). O terno era o maior causador de problemas para os pachucos e os mantinham ainda mais na marginalização: para fazer a roupa era necessário uma grande quantidade de tecido, o que era proibido durante a guerra, época de racionamento. Os pachucos foram então considerados anti-patrióticos. As pachucas usavam maquiagem pesada, cabelos bufantes, saias acima do joelho e até ternos como os homens (na década de 40 as mulheres ainda não usavam calça comprida como vestimenta usual), iam a festas e entravam em brigas, algo inaceitável para a época.

América do Medo é um filme de 1981 que conta a história dos pachucos nessa época, você pode assistir no Youtube, clique aqui. Na Cidade do México há um clube chamado Salon Los Angeles onde toda terça-feira pachucos se reúnem para bailar, veja um vídeo aqui.
Pachucos e Cholas. À esquerda, cena do musical "Zoot Suit" de 1981, à direita foto do Tumblr de Tania García.

As cholas vieram depois, durante a década de 60 e 70 um período de muitas gangues em bairros pobres de imigrantes e trabalhadores (a palavra chola significa mestiço e é utilizada em outras culturas latinas como a boliviana, onde chola é a mulher que veste-se tradicionalmente, veja aqui - se você é de São Paulo, capital, pode ver muitas cholas bolivianas aos domingos na Feira Kantuta, conheça aqui, não deixe de provar uma deliciosa salteña - nos EUA a palavra cholo surgiu como gíria na década de 60 para designar o méxico-americano marginalizado).

Nessa época o visual pachuca foi adaptado para um mais moderno e mais acessível para os adolescentes que usavam peças de roupas baratas compradas em super mercados locais, como calças caqui, camisetas brancas, camisa xadrez, vestimenta comum da classe trabalhadora; as meninas regatas, brincos dourados, delineador, cabelos com topetes ou franjas endurecidos com spray, bocas marcadas com lápis escuro, correntes pesadas. A roupa mudou mas o orgulho de sua descendência, família, amigos e estilo não. A essência pachuca continuou.

Em 1993 foi lançado o filme Mi Vida Loca uma produção independente que conta a história real de duas adolescentes de origem hispânica que vivem em um bairro pobre de Los Angeles e que assumem o controle de uma gangue depois da morte do namorado. Tem o filme completo no Youtube com legenda em espanhol. Esse foi o primeiro filme da carreira de Salma Hayek (Frida) e tem a participação da banda Los Lobos (Desperado).

"Look at those tattooed girls
Walking down the street
They really don’t care of what you think"
— Cherry Rat e os Gatunos

Chegamos ao estilo RockAChola que misturou tudo isso com rockabilly, psychobilly, rock'n'roll, hip-hop porque sim, o estilo tem tudo a ver com a música (ou vice-versa) desde os tempos dos pachucos. O orgulho de fazer parte da família PMM é tão grande que uma ex-integrante, Cherry Rat, brasileira radicada em Las Vegas, compôs uma música chamada Rockachola Dolls, você pode ouvir aqui. Além da música, fazer parte de um estilo subcultural tem sua vestimenta característica é aqui que começa a história da Pink Mink Mafia.

Desde 2011 brasileiras representam a PMM


A PinkMinkMafia foi a primeira marca de roupa feminina a se transformar num grupo social, exclusivamente feminino, dentro da cultura chola, rockabilly, psychobilly, punkrock e rock and roll. Essa interação entre mulheres que compartilham a mesma visão positiva sobre a beleza, hoje é muito maior que a própria marca. São mulheres do mundo inteiro que se juntam ao grupo para promover sua individualidade e características comuns à maioria das mulheres que não fazem parte do ideal de beleza que vemos em revistas.

Elas se unem para afirmar o encanto de corpos de tamanhos e formas variadas, para colocar a mulher comum, a dona de casa, professora, mãe, tatuada, manicure, todas as mulheres no mesmo patamar das modelos de corpos padronizados e inalcançáveis: toda mulher é bonita, inteligente e sexy, muito sexy. Elas se juntam para provar que as mulheres podem tudo! E principalmente pra exaltar a mulher latina.

"PMM por mi vida"

Latina Vamp é a fundadora da PinkMinkMafia e de acordo com ela, fazer parte desse grupo é representar orgulhosamente um estilo de vida e apoiar a revolução para quebrar os moldes genéricos impostos pela socidade atual.

No Brasil (e em outros lugares do mundo como Japão e França) a PMM tem uma hierarquia com presidenta e vice-presidenta. Renata Pires (hoje desligada do grupo) foi a primeira PMM no Brasil e conheceu o grupo americano em 2009 pelo MySpace, dois anos depois em contato com a CEO da fundadora, Julie Palomino, passou a representar a PMM no país e recrutar outras mulheres.

A presidenta e vice, recrutam modelos através das redes sociais ou em eventos ligados ao meio, como exposições, festas, etc., como representantes cabe a elas orientar as novas integrantes sobre duas regras principais que devem ser seguidas por todas: união e respeito. Também organizam os ensaios fotográficos e contam com a ajuda das outras modelos e apoiadores para escolher local e tema dos ensaios.

As garotas PMM apoiam e tem o apoio de fotógrafos, artistas, músicos, clube de carros, bares, etc. que estão inseridos na cultura local, seguindo claro, esse lifestyle como o fotógrafo Ariclei Cordeiro que colabora com a PMM Brasil por acreditar em projetos inovadores e se sentir em família com as meninas, pra ele o grupo tem uma energia muito boa. Cleiton Teodoro outro apoiador do grupo também sente o clima família e admira a visão positiva das meninas, o apoio ao grupo vem também da identificação dele com lifestyle cholo. Além dos dois, outros supporters apoiam a crew com empréstimo de carros, organização de eventos beneficentes e idéias de ensaios fotográficos, são eles: Vebis Junior fotógrafo que já fez parte de um Moto Clube e entende a importância de irmandades como essa, Grilão DGL, Diorandi Nagao, Anne Oliveira, Valentim Medeiros Jr, entre outros. Quem tiver interesse em apoiar o grupo, basta entrar em contato pela página oficial no Facebook: Pink Mink Mafia Brasil.



Como se tornar uma modelo PMM?

Primeiro: você tem que se identificar com a proposta da PMM e isso é muito mais do que usar roupas no estilo chola, você tem que ter em mente que vai fazer parte de uma família e uma família se faz com união e respeito. E pra tudo funcionar é necessário comprometimento, você deve ter disponibilidade para estar junto com as outras modelos para ensaios fotográficos, para participar de encontros e eventos voltados a cultura low rider, hot rods e motorcycle que fazem parte da divulgação do grupo. As meninas garantem que são momentos muito divertidos. A maioria das PMMs vivem em São Paulo mas se você é de outro estado é muito bem vinda. O processo de seleção é simples, entre em contato através da página do grupo no Facebook para receber instruções. As candidatas passam primeiro por uma seleção e tornam-se Modelo Prospect e depois Modelos Oficiais.

Você também pode apoiar a PMM Brasil de várias maneiras bem simples: divulgue essa matéria para mais pessoas conhecerem o grupo, compartilhe fotos das modelos no seu Facebook, Instagram ou Twitter, indique pessoas que possam contribuir como por exemplo, aquele seu conhecido que tem um bar temático, apresente a PMM a ele, quem sabe rola uma parceria de locação para futuros ensaios, as meninas divulgam o local com fotos profissionais e elas ganham uma nova locação. Você pode fazer parte com gestos simples como estes.

Mulherada orgulho nacional!